E ninguém viu que eu estava ali,
E ninguém viu o que nós desenhámos no chão
Tão nosso, tão meu,
Durante tanto tempo,
E ninguém viu que éramos vento por aí
Seara de mão aberta no momento
E ninguém viu que o mundo inteiro era eu.
Ninguém acreditou na deusa de um nada no céu
Ninguém sentiu o silêncio que cala,
A dor de um alguém que não vale
Nem a canção que o embala
Nem o sorriso que o farta,
Nem o aço da bala
Que o mata.
Abre os olhos fechados no campo,
Menino.
Abre-os que estão cheios de encanto
Rapaz,
Sonha que sabes que és pequenino,
Luta porque és capaz.
E ninguém sabe morada,
Ninguém te viu levantar,
Ergue-te do pó que te é vida, Menino.
Luta por teres quem amar.
Por debaixo da camisola
Teres tantos porquês...
E vamos jogar à bola porque tudo mudou,
E porque alguém reparou que o Mundo Inteiro, Parou.
Outra vez.
domingo, 26 de dezembro de 2010
sábado, 4 de dezembro de 2010
As we know it
Noites? Nem sempre são longas
Sentada à espera,
Mãos no tempo do relógio,
Oscila o vento, temperado
Que quase largo se vai,
E o sorriso sai do rosto
Cansado de ser amado,
Às vezes paraíso posto,
Longo, pesado.
Sombra de ser, alma entre a gente,
Vai-se a lua embora
Venho-me eu da noite, que não sou diferente...
E meu amor, trago-te no peito,
Como a lua que na hora
Foi e não voltou...
E o vento sempre volta, passado perfeito
E nós somos noite escura, noite longa
Sorriso que cai no lado da chuva que sobrou.
Sentada à espera,
Mãos no tempo do relógio,
Oscila o vento, temperado
Que quase largo se vai,
E o sorriso sai do rosto
Cansado de ser amado,
Às vezes paraíso posto,
Longo, pesado.
Sombra de ser, alma entre a gente,
Vai-se a lua embora
Venho-me eu da noite, que não sou diferente...
E meu amor, trago-te no peito,
Como a lua que na hora
Foi e não voltou...
E o vento sempre volta, passado perfeito
E nós somos noite escura, noite longa
Sorriso que cai no lado da chuva que sobrou.
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
This Letter
Escrever para alguém é como aprender a desenhar. Riscam-se as primeiras palavras, deixa-se fugir aquilo que não devia fugir, aquilo que devia ficar preso entre os dedos... E vamos pela cidade, talvez embevecidos, deambulantes, até encantados por aquilo que fica, que se torna roxo em vez de cor-de-rosa nas nossas cabeças. E vem uma vontade alucinante de dar a mão, de jurar que nunca mais volto a pintar assim; amar é como pintar um desenho imperfeito pela primeira vez, saímos tantas vezes do risco com o lápis vermelho que já nem sabemos o que estava desenhado por baixo.
Hoje sinto-me assim, sem saber desenhar, sem me saber pintar a mim própria, uma descoberta de traços indefinidos, perdidos ou nem por isso, entalados na minha forma de ser e de te saber, porque éramos mais Domingos ou não, semana inteira, de olhos fechados, qual sorriso logo de manhã, bom dia desgastado sem brilho.
E nisto a janela quase nos deixa entrar já que não há portas, já que fomos fechados em passados amarelecidos pelo tempo. Mas continuamos aqui, prontos para tudo menos para abrir os olhos, cansados de parar de pensar, fartos de corações apertados e lágrimas nos lábios, mas sempre, sempre, com um sorriso de bom dia, prontos para abrir o guarda-chuva.
If I ever write this letter
the pages I could write
But I don't know where to send it
you have vanished
heaven knows where you live
Heaven only knows
Hoje sinto-me assim, sem saber desenhar, sem me saber pintar a mim própria, uma descoberta de traços indefinidos, perdidos ou nem por isso, entalados na minha forma de ser e de te saber, porque éramos mais Domingos ou não, semana inteira, de olhos fechados, qual sorriso logo de manhã, bom dia desgastado sem brilho.
E nisto a janela quase nos deixa entrar já que não há portas, já que fomos fechados em passados amarelecidos pelo tempo. Mas continuamos aqui, prontos para tudo menos para abrir os olhos, cansados de parar de pensar, fartos de corações apertados e lágrimas nos lábios, mas sempre, sempre, com um sorriso de bom dia, prontos para abrir o guarda-chuva.
If I ever write this letter
the pages I could write
But I don't know where to send it
you have vanished
heaven knows where you live
Heaven only knows
sábado, 27 de novembro de 2010
Até ao fim do fim.
"A felicidade não está no que acontece mas no que acontece em nós desse acontecer. A felicidade tem que ver com o que nos falta ou não na vida que nos calhou. Devo dizer-te que me não falta nada, quase nada."
Vergílio Ferreira, in "Em Nome da Terra"
ESCREVO PORQUE EXISTO….
Mesmo limitada, na minha forma (im)perfeita de ser e de me dar…
Mesmo sabendo que caio tantas vezes no ridículo…
Mesmo sabendo que estou tantas vezes isolada....
Mesmo sabendo que para muitos a escrita não é nem nunca será mais do que uma figura de estilo indiferente aos sonhos…
Mesmo não conseguindo entender como pode ser “belo” erguermos a mão contra o vazio, sabendo que ninguém a alcança.
Escrevo agora na esperança de que me leias …
Porque sei que me vais ler, sobretudo para te pedir desculpa do exagero na forma de te buscar,
Pela minha não forma de saber lidar com o tempo e a distancia…
Por não saber o sabor da ausência
Por não estar presente de outra forma…
Por não conseguir ser apenas poema escrito no papel atirado aos ventos à espera dos sonhos
Por não ser uma melhor maçã, metade arrancada de mim para ta entregar.
sábado, 20 de novembro de 2010
Para sempre...
Estive a pensar em ti, mais uma vez, e a lembrar-me de coisas pequenas, de pormenores soltos. Gostava que pudesses fazer o mesmo. Gostava que tivesses uma memória igual à minha, para te lembrares de tudo o que eu disse e com que intenção. Para te lembrares do que eu tinha vestido quando o disse e quais os gestos que fiz. Acho que se tivesses uma memória como a minha me terias amado mais. Talvez me tivesses conhecido melhor, compreendido melhor. Imagino que te lembres vagamente do meu cheiro e da cor dos meus olhos. Mas queria que te lembrasses do resto. Que as minhas palavras te ressoassem nos ouvidos e no coração. Não eram apenas pistas, não eram simples divagações. Eram ideias claras, mapas, bússolas, barómetros. Desenhei com nitidez tudo o que sentia para tu poderes ver. Mas não te consegues lembrar. Ficou-te uma vaga ideia. E eu lembro-me de todas as revelações, de todos os indícios, de todos os pressentimentos, de tudo o que tentaste dizer e tudo o que eu pude adivinhar em reticências inconsequentes. Talvez por isso eu soubesse amar tanto e tão bem.
Claro que também me lembro de coisas tristes, mas depois de terem passado e serem apenas memórias, fazem-me sorrir. Mesmo as tristes. E claro que às felizes também sorrio. É por isso que às vezes pareço tola, de tanto me rir sozinha. É que me lembro de tudo e há sempre qualquer coisa a acordar em mim a cada momento. E eu rio, apenas. E é bom, e eu gosto de me lembrar de ti. Mas se me lembrar mais do que um bocadinho, se tiver tempo para me ficar a lembrar de ti uma tarde inteira, o sorriso torna-se amargo, azeda-me na boca. Porque sei que me lembro sozinha. E já era assim antes. Antes do fim. O fim, que nunca é bem um fim, tu sabes. Comigo nunca nada é uma coisa só. Talvez por isso te tenhas perdido, nas bifurcações. Quando me doer a cara de tanto me lembrar de ti, hei-de procurar-te, outra vez. Para te fazer lembrar um bocadinho, mesmo sabendo que a ti te custa. Mas é importante que lembres. Para que as coisas não percam o sentido. Para que saibas porquê. Para que compreendas melhor. Para que compreendas que o teu amor é simples de mais para mim. Para que compreendas que não basta amares o meu cheiro e a cor dos meus olhos, ou uma vaga ideia de mim. Mas mesmo que não compreendas, eu perdoo-te. Já perdoei antes. E vou continuar a lembrar-me de quem tu és debaixo disso tudo, mesmo que já não te lembres de me teres mostrado.
"Caminhava como que acima da multidão. Em perfeição. E vinha a sorrir, muito ao de leve. Muito ao de leve, cruzou o ombro com o seu. Foi um roçar delicado, como o sorriso, mas o suficiente para que deixasse de lado o seu profundo desprezo pelo mundo, apenas por um instante. O seu coração dorido deixou de arder por um instante, só por constatar que ainda existia uma réstia de gentileza no mundo. Talvez valesse a pena respirar mais um pouco, talvez até encontrar o próximo sorriso perdido na rua que restaurasse em si a vontade de caminhar devagar. Mesmo sem abrir o guarda-chuva."
*
“If love is shelter/I’m gonna walk in the rain”
sábado, 6 de novembro de 2010
C'tarina
Mais… Ou menos. Inocente… ou ingenuamente liberta. Soltava a palavra daquele sorriso que preenchia a nossa existência. Chegava a arrastar os pés, leves mas acorrentados firmemente na veemência daquela esperança. A mais… Ou a menos. Um perfume enche o lar rarefeito de amor. Soltam-se as amarras e entregam-se as mãos ao mundo. Nessa altura vivia permanentemente à espera dos momentos que dedicavas a atirar-me para a realidade de uma forma tão serena que eu jurava não ser real.
Tira as mãos da minha estrela.
Tira as mãos da minha estrela.
sábado, 11 de setembro de 2010
Porquê?
Verdade ou não...
Aqueles dias são-me mais.
Sabem? Esta é aquela fase em que expomos todas as dúvidas e todos os problemas, e as nossas dúvidas transformam-se em facilidade para duvidar de nós próprios.
Eu estou a passar por aí.
Coisas grandes à minha frente, tempos bons e tempos maus, dualidades para lidar, com o mínimo de sofrimento possível.
Uma sombra, uma luz, um carro, passagem.
A veracidade dos acontecimentos e a responsabilidade que nos cai sobre os ombros quando a palavra desce também: Universidade.
Estamos todos lá meus amigos, e espero tanto por vocês como por mim.
Beijinho.
Aqueles dias são-me mais.
Sabem? Esta é aquela fase em que expomos todas as dúvidas e todos os problemas, e as nossas dúvidas transformam-se em facilidade para duvidar de nós próprios.
Eu estou a passar por aí.
Coisas grandes à minha frente, tempos bons e tempos maus, dualidades para lidar, com o mínimo de sofrimento possível.
Uma sombra, uma luz, um carro, passagem.
A veracidade dos acontecimentos e a responsabilidade que nos cai sobre os ombros quando a palavra desce também: Universidade.
Estamos todos lá meus amigos, e espero tanto por vocês como por mim.
Beijinho.
domingo, 15 de agosto de 2010
28.
A mais ou a menos… És a minha ligação ao passado, e a minha ponte para o futuro. Procuro-te em mais sítios do que aqueles que o mundo tem. Nunca te encontro suficientemente perto. Tens uma espécie de arame farpado, a parede onde arranho as minhas mãos ao tentar encontrar-te.
Mas volto a ti, velha de guerra, para encontrar a confiança.
És o único sítio onde alguma vez senti pertencer.
Mas volto a ti, velha de guerra, para encontrar a confiança.
És o único sítio onde alguma vez senti pertencer.
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Ahhrrrgggg
Encandeia-me.
Entrança-me.
Emaranha-me.
No fundo, sou sempre verdade quando
me dizes: “Adeus”
E me constróis.
Entrança-me.
Emaranha-me.
No fundo, sou sempre verdade quando
me dizes: “Adeus”
E me constróis.
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Verde.
A cor suplanta-me o desejo.
E o sentimento deixa-me dizer. Não que a vivacidade do que é nosso me surpreenda: Não. Somos espectadores desde início e, na verdade, nem sempre donos das nossas emoções. Quase como se, no fundo, a profundidade do verde me carregasse as entranhas
E a Natureza quase é curta.
E a Natureza quase é rara.
E a Natureza quase é escassa.
A verdade é que no meio disto tudo, amanhã vamos todos sonhar e viajar. E no fim?
O mesmo chão, os mesmos medos
Entre tudo,
A Natureza em todo lado, longe da sua escassez.
E o sentimento deixa-me dizer. Não que a vivacidade do que é nosso me surpreenda: Não. Somos espectadores desde início e, na verdade, nem sempre donos das nossas emoções. Quase como se, no fundo, a profundidade do verde me carregasse as entranhas
E a Natureza quase é curta.
E a Natureza quase é rara.
E a Natureza quase é escassa.
A verdade é que no meio disto tudo, amanhã vamos todos sonhar e viajar. E no fim?
O mesmo chão, os mesmos medos
Entre tudo,
A Natureza em todo lado, longe da sua escassez.
Faz falta...
Eu irei. Mas espera. Sou aquilo que não me dão quando os meus punhos te apertam por necessidade. Sou mais da tua verdade do que do teu silêncio.
E se um coração vai mudando, no vento, no tempo, na voz…
“És meu irmão amigo, és meu irmão…”
E se um coração vai mudando, no vento, no tempo, na voz…
“És meu irmão amigo, és meu irmão…”
sexta-feira, 26 de março de 2010
Porque por ti eu vou sempre lutar
Merece.
A luta vale a pena.
A liberdade respira e lamenta a tua desistência.
Mais vai e vem, serena.
Tu morres entretanto, no sufoco
De perder aquilo que nunca chegaste a ter,
Muito, nada, ou muito pouco.
As armas estão erguidas e o céu sorri.
O futuro pertence aos teus olhos,
E tu nunca vens nem voltas.
Ancorada em ti, arrastas a saudade
Daqueles que nessa luta nunca desistem.
Remota.
A terra ergue o pó nos teus ombros.
E tu sopras, além do peso da tua morte.
O sonho vai além do futuro e esgota.
Reserva-te o mundo e morres atrás
Do aço da bala que não vales
Mas que te faz valer.
Soldado, alcanças a paz
E morres,
Na paisagem limitada e amena
Inerte, como se pela liberdade,
Nunca valesse a pena viver.
Amar-te é muito mais do que amar.
Mereces a pena.
Então rastejo. É justo lutar.
E é nobre morrer.
A luta vale a pena.
A liberdade respira e lamenta a tua desistência.
Mais vai e vem, serena.
Tu morres entretanto, no sufoco
De perder aquilo que nunca chegaste a ter,
Muito, nada, ou muito pouco.
As armas estão erguidas e o céu sorri.
O futuro pertence aos teus olhos,
E tu nunca vens nem voltas.
Ancorada em ti, arrastas a saudade
Daqueles que nessa luta nunca desistem.
Remota.
A terra ergue o pó nos teus ombros.
E tu sopras, além do peso da tua morte.
O sonho vai além do futuro e esgota.
Reserva-te o mundo e morres atrás
Do aço da bala que não vales
Mas que te faz valer.
Soldado, alcanças a paz
E morres,
Na paisagem limitada e amena
Inerte, como se pela liberdade,
Nunca valesse a pena viver.
Amar-te é muito mais do que amar.
Mereces a pena.
Então rastejo. É justo lutar.
E é nobre morrer.
Não volto.
Despedidas.
Aqueles momentos que me assombraram toda a vida, que me enchem de nada e me fazem erguer as mãos para o céu e jurar que nunca mais.
Não volto a despedir-me,
Não volto a amar, a gostar, a apaixonar-me,
Não volto a ir embora,
Não volto a chorar,
Não volto a dizer adeus.
Não volto. Não volto.
Mas volto sempre, volto sempre a voltar. A amar, a chorar, a despedir-me, a ir embora, a dizer adeus.
Nestas alturas nunca sei bem se sim, ou não, se vou ou fico, se a vida é mesmo assim... Sei que a partida me faz passar os últimos tempos de lágrimas nos olhos, e normalmente chego ainda a ver uma pontinha de medo espreitar entre a palma das minhas mãos.
HOJE.
O que eu sinto verdadeiramente, pela primeira vez na minha vida, e com intensa confiança, é que não existe Deus, nunca existiu e nunca existirá. E que estou certa em pensar assim. Polémicas, lutas aguerridas – só isso existe. Seres emaranhados nos seus problemazitos do calendário em Excel e orçamentos. Um mundo atulhado de gente apressada e estéreis discussões, em missões bélicas, lentas, penosas, divertidas e estúpidas, triviais e calorosas, caminhada sem norte, escuros dias em que os corpos se desfazem. Medos, cobardias, misérias, castigos, timidez. Espaços de decepção, claustrofóbicos, sem saída, onde tudo se frustra e se agoniza numa morte lenta.
Um mundo que necessita de um cinema, para, às escuras, chorar e secar as feridas expostas. Uma vida que é um romance de cordel, teatral e politico. A esperança de um amor eterno e a promessa de um beijo teu, que me eterniza a vida.
Nesta cidade, onde nenhum de nós mora, também por vezes o lugar da mais arriscada solidão. Gosto deste lugar, como gosto de um concerto para violino de Tchaikovsky, porque “está lá tudo”, estão lá as viagens que não fiz.
Quase ontem ao entardecer conhecemo-nos e falámos. Um arranjinho. Sete minutos mais cedo ou mais tarde e não teria acontecido. Cruzarmo-nos numa "rua" anónima tão estreita não admira que nos tivéssemos sentido atraídos, uma rua afinal tão humana e desinibida; ficámos enredados numa torrente sentimental, aninhados em sorrisos, até a noite cair para dentro de nós.
Falámos de livros tudo, com ou sem palavras, meros armazéns de ternura. Esse é o momento sagrado. Se houver um sacramento é esse. Será essa coisa a que chamam destino? Pode ser. As coisas que nos acontecem na vida, sim. As nossas memórias, sim. Os nossos desejos, sim.
Não te posso perder, não quero desistir de ti.
Não foi em vão, não foi inútil, foi tão bonito o nosso encontro, que embora tenha vindo num tempo ingrato, chegou no tempo do coração.
Despedida.
Uma lágrima, um beijo e um abraço, a impotência da vitória do amor perante o medo da morte. Tal como um bando de pássaros voa para longe, sem levar nada.
É nestas alturas que a vida se transforma tão só num punhado infantil de areia ressequida, num som de água ou de bronze e numa sombra que passa, como escreveu um dos meus poetas…
Sabes uma coisa? És a minha vida. Amo-te. Mais ou menos assim. Fui procurar palavras...
Volto Logo
Aqueles momentos que me assombraram toda a vida, que me enchem de nada e me fazem erguer as mãos para o céu e jurar que nunca mais.
Não volto a despedir-me,
Não volto a amar, a gostar, a apaixonar-me,
Não volto a ir embora,
Não volto a chorar,
Não volto a dizer adeus.
Não volto. Não volto.
Mas volto sempre, volto sempre a voltar. A amar, a chorar, a despedir-me, a ir embora, a dizer adeus.
Nestas alturas nunca sei bem se sim, ou não, se vou ou fico, se a vida é mesmo assim... Sei que a partida me faz passar os últimos tempos de lágrimas nos olhos, e normalmente chego ainda a ver uma pontinha de medo espreitar entre a palma das minhas mãos.
HOJE.
O que eu sinto verdadeiramente, pela primeira vez na minha vida, e com intensa confiança, é que não existe Deus, nunca existiu e nunca existirá. E que estou certa em pensar assim. Polémicas, lutas aguerridas – só isso existe. Seres emaranhados nos seus problemazitos do calendário em Excel e orçamentos. Um mundo atulhado de gente apressada e estéreis discussões, em missões bélicas, lentas, penosas, divertidas e estúpidas, triviais e calorosas, caminhada sem norte, escuros dias em que os corpos se desfazem. Medos, cobardias, misérias, castigos, timidez. Espaços de decepção, claustrofóbicos, sem saída, onde tudo se frustra e se agoniza numa morte lenta.
Um mundo que necessita de um cinema, para, às escuras, chorar e secar as feridas expostas. Uma vida que é um romance de cordel, teatral e politico. A esperança de um amor eterno e a promessa de um beijo teu, que me eterniza a vida.
Nesta cidade, onde nenhum de nós mora, também por vezes o lugar da mais arriscada solidão. Gosto deste lugar, como gosto de um concerto para violino de Tchaikovsky, porque “está lá tudo”, estão lá as viagens que não fiz.
Quase ontem ao entardecer conhecemo-nos e falámos. Um arranjinho. Sete minutos mais cedo ou mais tarde e não teria acontecido. Cruzarmo-nos numa "rua" anónima tão estreita não admira que nos tivéssemos sentido atraídos, uma rua afinal tão humana e desinibida; ficámos enredados numa torrente sentimental, aninhados em sorrisos, até a noite cair para dentro de nós.
Falámos de livros tudo, com ou sem palavras, meros armazéns de ternura. Esse é o momento sagrado. Se houver um sacramento é esse. Será essa coisa a que chamam destino? Pode ser. As coisas que nos acontecem na vida, sim. As nossas memórias, sim. Os nossos desejos, sim.
Não te posso perder, não quero desistir de ti.
Não foi em vão, não foi inútil, foi tão bonito o nosso encontro, que embora tenha vindo num tempo ingrato, chegou no tempo do coração.
Despedida.
Uma lágrima, um beijo e um abraço, a impotência da vitória do amor perante o medo da morte. Tal como um bando de pássaros voa para longe, sem levar nada.
É nestas alturas que a vida se transforma tão só num punhado infantil de areia ressequida, num som de água ou de bronze e numa sombra que passa, como escreveu um dos meus poetas…
Sabes uma coisa? És a minha vida. Amo-te. Mais ou menos assim. Fui procurar palavras...
Volto Logo
sábado, 27 de fevereiro de 2010
Sabes uma coisa?
Não sei muito bem o que ando a fazer por aqui.
Passo a vida a olhar. Não olho para o céu, nem para o chão. Passo a vida a olhar para o meio, o meio do nada, onde tu não possas saber nem nunca saibas ler os meus olhos.
Não sou capaz de te dizer porquê, mas sou mais do que isto. E embora eu te diga muitas vezes que sou verdadeira, talvez nessas alturas não seja tão verdadeira quanto o sou normalmente.
Descobri que não é uma questão de verdade. Porque nada do que eu sou me é um hábito, sou o que penso, sou o que se reflecte nos meus olhos quando olho para ti, e sou o reflexo das cores que pintam os teus, quando os meus pousam por lá.
Não quero ter problemas com a verdade. E não quero, acima de tudo, encará-la. Porque afinal, amar é encarar uma verdade. O que sinto por ti é uma verdade que encarei. Faço mais por isso do que o que consigo, a maior parte das vezes.
Outras vezes, dou-te a mão, fecho os olhos, e deixo-me levar.
Porque amanhã é sempre tarde demais.
Não sei muito bem o que ando a fazer por aqui.
Passo a vida a olhar. Não olho para o céu, nem para o chão. Passo a vida a olhar para o meio, o meio do nada, onde tu não possas saber nem nunca saibas ler os meus olhos.
Não sou capaz de te dizer porquê, mas sou mais do que isto. E embora eu te diga muitas vezes que sou verdadeira, talvez nessas alturas não seja tão verdadeira quanto o sou normalmente.
Descobri que não é uma questão de verdade. Porque nada do que eu sou me é um hábito, sou o que penso, sou o que se reflecte nos meus olhos quando olho para ti, e sou o reflexo das cores que pintam os teus, quando os meus pousam por lá.
Não quero ter problemas com a verdade. E não quero, acima de tudo, encará-la. Porque afinal, amar é encarar uma verdade. O que sinto por ti é uma verdade que encarei. Faço mais por isso do que o que consigo, a maior parte das vezes.
Outras vezes, dou-te a mão, fecho os olhos, e deixo-me levar.
Porque amanhã é sempre tarde demais.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Guerra.
Havia aqueles dias em que eu respirava, leve
Outros em que me preenchias, levemente.
Andei.
Fechei os olhos e respirei, num sopro breve
E senti o futuro, senti o teu toque, lentamente.
Soltei.
E nada no mundo me fez recuar de verdade
Nada no mundo me pôde parar, porque na realidade
Ou noutro lugar qualquer,
A guerra
É um lugar estranho.
Mas por muito estranho que possa parecer,
É o silêncio dela que faz de mim quem sou
É a consequência, o risco de perder,
É o ressoar das armas que me agarra à vida
No fundo, este é o único lugar do mundo
Onde alguma vez senti pertencer.
Às vezes, na brincadeira com o tempo,
Andava às voltas a tentar fugir
Que é tudo o que ainda faço hoje.
Havia sempre algo mais para sentir
Mas o chão,
Já não tinha espaço para tudo o que foge.
Se alguma vez ganhei a guerra?
Ainda não.
Percorro sempre a dor que a razão encerra.
Envolvo horizontes para lá do meu céu,
Mas a minha grande barreira foi sempre
Mas a minha grande barreira foi sempre
Teres sido mais de mim do que eu.
E bom, há quem perceba este. Volto Logo.
Together We're Invincible
Porque isto é precisamente aquilo que me fazes sentir. Nem mais nem menos. Sem tirar nada.
Obrigada, e obrigada sem pormenores e sem consequências. Sem voltar atrás. Amo-te.
"During the struggle,
they will pull us down,
but please, please, let's use this chance to turn things around...
And tonight we can truly say, Together we're invinvible."
Porque é assim que me sinto contigo.
Obrigada, e obrigada sem pormenores e sem consequências. Sem voltar atrás. Amo-te.
"During the struggle,
they will pull us down,
but please, please, let's use this chance to turn things around...
And tonight we can truly say, Together we're invinvible."
Porque é assim que me sinto contigo.
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Porque em dias destes eu percebo o que me prende a ti.
E já agora um grande pedido de desculpas.
Quero que saibas, que te amo.
E aqui fica.
Obrigada.
You're not fooling me
I'm not the sort of girl that can't see reason
But it's nothing that a little bit of time won't heal
I know it dont come easy but I love you, I do
I don't think you ever learned a thing from me
But I'm sure that you want me to learn from you
And you've drawn heavy - handed lines around morality
About yourself and I dont share your point of view
It's about time to let you go and I thought it's time to let you know
And it has to be the one that you'd regret
I have to say that I'm proud to know you And I'll never be the same because we met
You might not miss this but I will. I Will.
E já agora um grande pedido de desculpas.
Quero que saibas, que te amo.
E aqui fica.
Obrigada.
You're not fooling me
I'm not the sort of girl that can't see reason
But it's nothing that a little bit of time won't heal
I know it dont come easy but I love you, I do
I don't think you ever learned a thing from me
But I'm sure that you want me to learn from you
And you've drawn heavy - handed lines around morality
About yourself and I dont share your point of view
It's about time to let you go and I thought it's time to let you know
And it has to be the one that you'd regret
I have to say that I'm proud to know you And I'll never be the same because we met
You might not miss this but I will. I Will.
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Já o disse em Hiroshima Mon Amour: o que conta não é a manifestação do desejo, da tentativa amorosa. O que conta é o inferno da história única. Nada a substitui, nem uma segunda história. Nem a mentira. Nada. Quanto mais a provocamos, mais ela foge. Amar é amar alguém. Não há um múltiplo da vida que possa ser vivido. Todas as primeiras histórias de amor se quebram e depois é essa história que transportamos para as outras histórias. Quando se viveu um amor com alguém, fica-se marcado para sempre e depois transporta-se essa história de pessoa a pessoa. Nunca nos separamos dele.
Não podemos evitar a unicidade, a fidelidade, como se fôssemos, só nós, o nosso próprio cosmo. Amar toda a gente, como proclamam algumas pessoas e os cristãos, é embuste. Essas coisas não passam de mentiras. Só se ama uma pessoa de cada vez. Nunca duas ao mesmo tempo.
Marguerite Duras
Isto é mesmo o que eu penso acerca do amor.
Amar é Amar Alguém.
Hoje és em mim uma unicidade, uma fidelidade, um cosmo. Não amo toda a gente, amo-te a ti.
E sim, isto é uma declaração. @ Porque tu mereces.
E porque, depois de tanto tempo a falar sobre coisas que me magoaram no passado, preciso de as deixar para trás. E nada melhor do que uma coisa tão perfeita como o que tenho contigo para o fazer. Nada melhor do que um texto destes, para clarificar e abrir horizontes, e para eu arrastar, serenamente, esta ideia que perpetua em mim - adoro-te.
Não sou livre.
Não é suposto o amor fazer-nos felizes. É suposto nós sermos felizes com o amor. O teu, não me faz feliz por existir. Faz-me feliz a forma como o usas para me fazeres sorrir. Faz-me feliz pela forma como faz com que tu digas "gosto de ti".
Faz-me feliz porque eu espero constantemente por aqueles momentos que dedicas a atirar-me para a realidade de uma forma tão serena que eu juro não ser real.
Amo a forma perfeita de seres imperfeito. Por essa razão falo tantas vezes em perfeição.
Não podemos evitar a unicidade, a fidelidade, como se fôssemos, só nós, o nosso próprio cosmo. Amar toda a gente, como proclamam algumas pessoas e os cristãos, é embuste. Essas coisas não passam de mentiras. Só se ama uma pessoa de cada vez. Nunca duas ao mesmo tempo.
Marguerite Duras
Isto é mesmo o que eu penso acerca do amor.
Amar é Amar Alguém.
Hoje és em mim uma unicidade, uma fidelidade, um cosmo. Não amo toda a gente, amo-te a ti.
E sim, isto é uma declaração. @ Porque tu mereces.
E porque, depois de tanto tempo a falar sobre coisas que me magoaram no passado, preciso de as deixar para trás. E nada melhor do que uma coisa tão perfeita como o que tenho contigo para o fazer. Nada melhor do que um texto destes, para clarificar e abrir horizontes, e para eu arrastar, serenamente, esta ideia que perpetua em mim - adoro-te.
Não sou livre.
Não é suposto o amor fazer-nos felizes. É suposto nós sermos felizes com o amor. O teu, não me faz feliz por existir. Faz-me feliz a forma como o usas para me fazeres sorrir. Faz-me feliz pela forma como faz com que tu digas "gosto de ti".
Faz-me feliz porque eu espero constantemente por aqueles momentos que dedicas a atirar-me para a realidade de uma forma tão serena que eu juro não ser real.
Amo a forma perfeita de seres imperfeito. Por essa razão falo tantas vezes em perfeição.
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Hoje desisto de mim.
Não consigo mais.
Enches-me tanto que acho que fazes com que eu não caiba em mim de felicidade, especialmente porque fico com um sorriso aparvalhado, que nem sei muito bem de onde me vem.
És tanto, tão mais do que isto tudo.
E se eu sou capaz de dizer isto genuinamente, surpreendo-me a mim própria, porque um dia me prometi que nunca mais o diria em vão.
Mas hoje não o digo em vão.
É justo. E verdadeiro. Adoro-te. Eu tenho a melhor pessoa do Mundo. <3
Quanto a ti... "Aquele era o tempo, em que as sombras se abriam, e em que homens negavam o que os outros erguiam... De costas voltadas não se vê o futuro, nem o rumo da bala, nem a falha do muro... E de que serve ter a chave se a porta está aberta, de que servem as palavras se a casa está deserta?" Sem mais discussões.
Não consigo mais.
Enches-me tanto que acho que fazes com que eu não caiba em mim de felicidade, especialmente porque fico com um sorriso aparvalhado, que nem sei muito bem de onde me vem.
És tanto, tão mais do que isto tudo.
E se eu sou capaz de dizer isto genuinamente, surpreendo-me a mim própria, porque um dia me prometi que nunca mais o diria em vão.
Mas hoje não o digo em vão.
É justo. E verdadeiro. Adoro-te. Eu tenho a melhor pessoa do Mundo. <3
Quanto a ti... "Aquele era o tempo, em que as sombras se abriam, e em que homens negavam o que os outros erguiam... De costas voltadas não se vê o futuro, nem o rumo da bala, nem a falha do muro... E de que serve ter a chave se a porta está aberta, de que servem as palavras se a casa está deserta?" Sem mais discussões.
Porque a rapariga, há uns anos atrás, até dizia umas coisas com razão ;)
"Perteneciste a una raza antigua
De pies descalzos y de sueños blancos
Fuiste polvo, polvo eres, piensa
Que el hierro siempre al calor es blando
Saludar al vecino
Acostarse a una hora
Trabajar cada día
Para vivir en la vida
Contestar sólo aquello
Y sentir sólo esto
Y que Dios nos ampare
De malos pensamientos
Cumplir con las tareas
Asistir al colegio
Que diría la familia
Si eres un fracasado?
Ponte siempre zapatos
No hagas ruido en la mesa
Usa medias veladas
Y corbata en las fiestas
Las mujeres se casan
Siempre antes de treinta
Si no vestirán santos
Y aunque así no lo quieran
Y en la fiesta de quince
Es mejor no olvidar
Una fina champaña
Y bailar bien el valsa"
"Agora pergunto-lhe: o que podemos esperar do homem enquanto criatura dotada de tão estranhas qualidades? Faça chover sobre ele todos os tipos de bênçãos terrenas; submerja-o em felicidade até acima da cabeça, de modo que só pequenas bolhas apareçam na superfície dessa felicidade, como se em água; dê a ele uma prosperidade económica tamanha que nada mais lhe reste para ser feito, excepto dormir, comer pão-de-ló e preocupar-se com a continuação da história mundial — mesmo assim, por pura ingratidão, por exclusiva perversidade, ele vai cometer algum acto repulsivo. Ele até mesmo arriscará perder o seu pão-de-ló e desejará intencionalmente o mais depravado lodo, o mais antieconómico absurdo, simplesmente a fim de injectar o seu fantástico e pernicioso elemento no âmago de toda essa racionalidade positiva."
Fiodor Dostoievski, que para variar me apetece sempre, porque diz sempre o que eu preciso de ouvir. Este texto é das "Notas do Subterrâneo".
Fiodor Dostoievski, que para variar me apetece sempre, porque diz sempre o que eu preciso de ouvir. Este texto é das "Notas do Subterrâneo".
Chicago, tirada em Março de 2009
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Ser
Sou assim de nascença. Fadista pela alma, escritora por paixão. Não fadista nem escritora. Vivo o fado e a escrita. Viva, por isso, incansável. Às vezes nem tanto. Constantemente inconstante. Não gosto de miséria, para quê meias verdades se elas podem ser inteiras? Não recuso um banho de chuva, e asseguro as consequências no dia seguinte, como em tudo o que faço. As minhas unhas crescem sempre, via de inconsciência, e a minha ansiedade nem sempre pode ser controlada. Sou mais flor do que espinho. Gosto do girassol, mas nas voltas da vida acabo por preferir as rosas. Lírios? Às vezes soam-me tristes demais. O meu coração é para poucos, mas de muitos. O meu orgulho regenera-se, o que não me impede de ter cicatrizes. Tudo em mim dói mais. Mas as minhas alegrias também são muito maiores, ainda que efémeras. Tudo passa. Eu fico. Sou fútil. Sensível. Irremediável. Além das coisas todas, Sou parte de ti.
E é a resposta à pergunta das flores.
Bem depois de me deixar cair na consciência livre do peso de quem Sou.
Gosto de Ti.
Volto Logo
E é a resposta à pergunta das flores.
Bem depois de me deixar cair na consciência livre do peso de quem Sou.
Gosto de Ti.
Volto Logo
domingo, 31 de janeiro de 2010
Fado, porque é preciso
Fado... meu vagabundo de rua
Não sei que vida é a tua que andas armado em senhor
Fado... tu gostas é de algazarra
Dum xaile, duma guitarra, das patuscadas do amor
Ser fadista... ser um fadista de raça
É enfrentar a ameaça, é uma graça que Deus nos deu
Ser fadista... é o destino que chora
Nascido na mesma hora em que o fadista nasceu
Ser fadista... é dar a mão á saudade
Que anda a chorar p'la cidade, é ser pobre com altivez
Ser fadista... é destino que se perdoa
Oração á fé de Lisboa, ser fadista é ser português
Fado... há uma voz que te chama
P'rás vielas de má fama onde o fado já morou
Fado... paras á porta da vida
Onde uma mulher perdida p'ra não chorar, te cantou
Porque o fado é a minha grande paixão, porque é absolutamente extraordinário. Porque todos os dias, aconteça o que acontecer, ele está lá para me lembrar que alguém um dia sobreviveu a barreiras bem piores do que as minhas, agarrada a ele.
Porque amo Amália, a grande mulher do nosso país, fumadora inveterada, que chegava sempre cedo aos espectáculos e bebia chá aos litros; a Amália que rezou para amar alguém e adormecia com os filmes do Fred Astaire; a Amália que gravava discos numa ou duas noites e gostava do queijo da Beira Baixa, com cheiro intenso; a Amália que nunca tirou a carta de condução e arrancava flores do jardim de outras casas; a Amália que detestava palavrões e queria ter tido uma roça em África.
Como ela própria disse pela primeira vez um dia,
"Que Estranha Forma De Vida, tem este meu coração"
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Não sei que vida é a tua que andas armado em senhor
Fado... tu gostas é de algazarra
Dum xaile, duma guitarra, das patuscadas do amor
Ser fadista... ser um fadista de raça
É enfrentar a ameaça, é uma graça que Deus nos deu
Ser fadista... é o destino que chora
Nascido na mesma hora em que o fadista nasceu
Ser fadista... é dar a mão á saudade
Que anda a chorar p'la cidade, é ser pobre com altivez
Ser fadista... é destino que se perdoa
Oração á fé de Lisboa, ser fadista é ser português
Fado... há uma voz que te chama
P'rás vielas de má fama onde o fado já morou
Fado... paras á porta da vida
Onde uma mulher perdida p'ra não chorar, te cantou
Porque o fado é a minha grande paixão, porque é absolutamente extraordinário. Porque todos os dias, aconteça o que acontecer, ele está lá para me lembrar que alguém um dia sobreviveu a barreiras bem piores do que as minhas, agarrada a ele.
Porque amo Amália, a grande mulher do nosso país, fumadora inveterada, que chegava sempre cedo aos espectáculos e bebia chá aos litros; a Amália que rezou para amar alguém e adormecia com os filmes do Fred Astaire; a Amália que gravava discos numa ou duas noites e gostava do queijo da Beira Baixa, com cheiro intenso; a Amália que nunca tirou a carta de condução e arrancava flores do jardim de outras casas; a Amália que detestava palavrões e queria ter tido uma roça em África.
Como ela própria disse pela primeira vez um dia,
"Que Estranha Forma De Vida, tem este meu coração"
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sábado, 30 de janeiro de 2010
Felicidade
"Atolavam-se na ilusão da felicidade que extraíam dos bens possuídos. Ora a felicidade o que é senão o calor dos actos e o contentamento da criação? Aqueles que deixam de trocar seja o que for deles próprios e recebem de outrem o alimento, nem que fosse o mais bem escolhido e o mais delicado, aqueles que ouvem subtilmente os poemas alheios sem escreverem os poemas próprios, aproveitam-se do oásis sem o vivificarem, consomem cânticos que lhes fornecem, e fazem lembrar os que se apegam às mangedouras no estábulo e, reduzidos ao papel de gado, mostram-se prontos para a escravatura. "
Antoine de Saint-Exupéry, n'A Cidadela.
Porque não há nada mais acertado do que isto. É desconfortável estar enconstado aos outros, porque vamos simplesmente ser escravos deles.
No dia em que todos compreendermos o significado do contentamento, talvez comecemos a lutar pelas coisas.
Isto foi por me teres dito que eu tive coragem. Não tive, simplesmente dou-me e recebo-te, como uma necessidade perpétua.
Simplesmente achei que se me acomodasse à tua espera, faríamos disto algo vulgar, como todos os outros que olham entre eles e dizem "Gosto de Ti". Não valeria a pena, se é que há uma pena a cumprir por algo assim.
É por esta razão que a minha liberdade me permite transmitir-te isto, e dizer-te "Gosto de Ti" todos os dias com a mesma intensidade, sem estar encostada a uma escravidão. Estou encostada a mim própria, confortável em ti, se é que há forma de não estar feliz contigo, porque se há, eu nunca a consegui encontrar.
Porque Te Amo, acima de tudo.
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
Dizem que quem ouve demasiada música constantemente, é porque tem medo de ficar a sós com os seus próprios pensamentos.
Hoje eu quero pensar.
Dizem que a gente fala daquilo que nos enche o coração. Talvez...
Há gente que chora por ele estar cheio também.
Nunca consegui ser falsa com as pessoas, nunca consegui duvidar de alguém e não dizer, nunca consegui aguentar sem tirar as histórias a limpo. Nunca consegui engolir mentiras e digeri-las como verdades. Estar magoada e sorrir como se nada tivesse acontecido.
Bolas, quantas vezes eu tenho de dar a volta a isto, driblar letras, palavras e engoli-las, como se não fosse nada, nunca é nada.
Arrasto os pés nesta ansiedade, tu nunca sabes até onde podes ir. E depois eu acabo por te atirar à cara, que a culpa é tua, que destróis o meu mundo cada vez que bates uma porta lá em baixo, cada vez que me obrigas a descer as escadas e a suspirar por silêncio e sossego.
Hoje estou sensível, até à luz. Demasiado lúcida demasiado consciente. Pára de me culpar por uma coisa que tu própria criaste: a minha independência.
Convém que quem vive perto do abismo, saiba usar asas.
(Quanto a ti, Adoro-te, porque me fazes esquecer estas coisas todas, e fazes dizer-te ao ouvido que passava contigo a minha vida toda, e sorrir depois, porque não há nada mais verdadeiro do que isso).
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quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Liberdade
Havia naquele dia um encargo especial nas mãos. A confusão que se ia gerando agitava aquela sensação que todos tínhamos quando nos diziam “Vamos partir”.
Com um ritmo mecânico, quase acompassado, o peito abria e fechava, nem mais nem menos do que aquela distância. Perdurava em nós saudade, marcava-se o desassossego nos rostos que iam preenchendo aquela manhã.
Quando o comboio partiu (para bem longe, sabíamos nós), as nossas mãos encheram-se de todo o nada que ali havia para as preencher.
O medo da distância estampava-se no rosto daqueles que, na sua inocência, se limitavam a ter medo do medo que poderiam vir a sentir. Na minha cabeça, ia-se desenhando a frase: “Quando a espera não tem fim, há distâncias sem perdão”.
Mais tarde entendi que a partida para a saudade era, todos os dias, não muito mais do que aquela serenidade do real: o único leme da liberdade que eu poderia ter. Aprendi que as pessoas não dizem o que sentem, ou não sentem o que dizem. Isto tudo porque, na verdade, a distância que ia do inspirar ao expirar do meu peito foi-se alargando com o tempo e tornou-se solta, leve.
Com o passar dos dias, a saudade foi-se embora. Apagaram-se as lágrimas, soltaram-se os risos, apertaram-se os gestos entre os inocentes. Eu, sem movimento e em silêncio, tentava que o elástico do meu peito não se alargasse. Uma espécie de vontade sem forma. Afinal, isso era negar quem sentia a minha falta para lá daquele silêncio.
Querendo ser livre, ia-se desvanecendo aquela presença, o ser que tudo o que tinha era o Amor, e a sombra da Liberdade, que nunca chegava a ter.
Ainda hoje o meu elástico tem o mesmo tamanho. Ainda hoje eu vivo da presença dele e da segurança que ele me faz alcançar.
Depois daquela viagem aprendi que ia ser livre, quando fosse capaz de dizer todos os dias “Gosto de ti”, com a mesma certeza com que o diria hoje.
Isto é sobre as minhas viagens, os meus "pra lá e pra cá", as minhas inconstâncias, as minhas inseguranças.
Porque eu nem sempre me encontro assim tão facilmente, e porque, embora as barreiras já não estejam lá, de vez em quando tropeçamos nas marcas.
Gosto De Ti.
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domingo, 24 de janeiro de 2010
Ignorância
"Foi preciso esperar até o começo do século XX para se presenciar um espectáculo incrível: o da peculiarísssima brutalidade e agressiva estupidez com que se comporta um homem quando sabe muito de uma coisa e ignora todas as demais."
A quem criticou o nosso trabalho, porque eu detesto quando as pessoas se conformam com a sua ignorância, bolas.
[Raispartómiúdo]xD
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A quem criticou o nosso trabalho, porque eu detesto quando as pessoas se conformam com a sua ignorância, bolas.
[Raispartómiúdo]xD
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"Tenta fazer esta experiência, construindo um palácio. Equipa-o com mármore, quadros, ouro, pássaros do paraíso, jardins suspensos, todo o tipo de coisas... e entra lá para dentro. Bem, pode ser que nunca mais desejasses sair daí. Talvez, de facto, nunca mais saisses de lá. Está lá tudo! "Estou muito bem aqui sozinho!". Mas, de repente - uma ninharia! O teu castelo é rodeado por muros, e é-te dito: 'Tudo isto é teu! Desfruta-o! Apenas não podes sair daqui!". Então, acredita-me, nesse mesmo instante quererás deixar esse teu paraíso e pular por cima do muro. Mais! Tudo esse luxo, toda essa plenitude, aumentará o teu sofrimento. Sentir-te-ás insultado como resultado de todo esse luxo... Sim, apenas uma coisa te falta... um pouco de liberdade."
Fiodor Dostoievski
Isto é uma passagem dO Movimento De Libertação, algo muito importante que eu li um dia. Hoje sinto-me assim, carente de liberdade, mas feliz, nada mais do que isso.
Dostoievski faz-me crescer ;)
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Fiodor Dostoievski
Isto é uma passagem dO Movimento De Libertação, algo muito importante que eu li um dia. Hoje sinto-me assim, carente de liberdade, mas feliz, nada mais do que isso.
Dostoievski faz-me crescer ;)
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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Sabem uma coisa?
Hoje foi um dia perfeito.
Hoje mostraram-me que é possivel, hoje abri os olhos e vi que a amizade realmente existe, hoje senti-a arrumadinha aqui dentro, hoje perdi de vista tudo o que sentia, hoje fui realmente feliz...
Eu tenho os melhores amigos do Mundo.
Quando a ti, hoje desaguo na tua impotência. Hoje o meu olhar cruzou-se com o teu algumas vezes e o meu coração ressentiu-se e reclamou! Hoje a minha mão cruzou-te vezes demais, mais do que o normal. Hoje teu mundo foi o meu lugar.. Hoje alguém se chateou comigo porque tu fazes com que eu passe horas a olhar para o fogo. Hoje fizeste de mim, eu própria.
Gosto De Ti, mais do que nunca.
Nisto o mundo dá uma volta,
Nisto eu vejo um rapaz de blusão, pela rua, arrastando pela mão, a menina... E as lágrimas rasuram-me o olhar. Fico feliz. Mas estas minhas memórias pertencem-te, simplesmente.
Volto Logo
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Porque esta música diz-me tanto!
Porque é tanto de mim...
Porque tenho de escrever e não sei o quê... Porque o mar me agarra e me enleia, e quando mais próximo fico de ti mais me perco no caminho...
E amiga... Embora às vezes o tempo não o permita... Continuas aqui <3
"Leaving New York is never easy"
Porque é tanto de mim...
Porque tenho de escrever e não sei o quê... Porque o mar me agarra e me enleia, e quando mais próximo fico de ti mais me perco no caminho...
E amiga... Embora às vezes o tempo não o permita... Continuas aqui <3
"Leaving New York is never easy"
Mar
Hoje apetece-me o mar – não sei o que me aconteceu – não procuro nem encontro. Ando às voltas entre as paredes a tentar encontrar um não-sei-quê, não-sei-como. Estou demasiado lúcida, demasiado pertinente, demasiado sóbria para poder pensar. E então sento-me no chão e cruzo as pernas. É o que me resta! Divago acerca da existência de uma posição para pensar. E concluo que não preciso de nenhuma. Que a minha cabeça só anda às voltas com a minha própria cabeça. (Parem com isso dentro dela!) Que as paredes não têm culpa nenhuma, e que hoje só me apetece o mar porque me apetece alguém, que as paredes não deixam entrar. Foi mais ou menos assim que eu percebi que as minhas paredes só existem quando eu própria as edifico, quando eu sou responsável por elas. As essas, tu chamaste-las, ou eu chamei-as ou nós chamámo-las barreiras. Felizmente, a minha necessidade de evasão esbate-se com o tempo. Descruzo as pernas porque estás aqui! Hoje é um dia feliz. Hoje estas paredes sabem a mar! Hoje estas paredes não limitam o meu horizonte. Hoje, de pernas cruzadas no chão do meu quarto, pensei em ti. Hoje estiveste aqui, nevaste e cobriste-me de branco, com uma leve tendência para o azul.
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Amarras-te à espada
E ao que somos quando, longe
Somos na mesma tu e eu.
Hoje,
Somos cúmplices na madrugada,
Que desenha a luz num raio de sol no céu
Assim, vamos amar em serenidade
Assim, eu chovo porque choves também
Regresso de cabeça baixa do sol
E falho, plena de felicidade
De quem ama o que não tem
Por ti sou mais e sou menos
E passo a vida a tentar.
Caio, impotente
Da forma apaixonante
Com que me fazes lutar
Talvez já menos presa à vida
E sem nada a temer
Solto as lágrimas
Levanto a cabeça
E venho do Sol, porque por hoje simplesmente
Eu vou parar de chover
Deixa-me ir até ao fim
Solta já do frio e da chuva
Que me faz adormecer
E eu entendo então que sorte é esta
Tu páras com isso dentro de mim
E adormeço sem estremecer
Com o teu dedo a fazer redondo na minha testa.
(Mais do que tudo no mundo,
Chovo quando me fazes chover
E quando me fazes amar-te assim.)
Porque nas aulas de Matemática temos de fazer alguma coisa... Inspiração não falta... Especialmente quando não me apercebo dos limites ^^
Todo teu.
Volto Logo...
E ao que somos quando, longe
Somos na mesma tu e eu.
Hoje,
Somos cúmplices na madrugada,
Que desenha a luz num raio de sol no céu
Assim, vamos amar em serenidade
Assim, eu chovo porque choves também
Regresso de cabeça baixa do sol
E falho, plena de felicidade
De quem ama o que não tem
Por ti sou mais e sou menos
E passo a vida a tentar.
Caio, impotente
Da forma apaixonante
Com que me fazes lutar
Talvez já menos presa à vida
E sem nada a temer
Solto as lágrimas
Levanto a cabeça
E venho do Sol, porque por hoje simplesmente
Eu vou parar de chover
Deixa-me ir até ao fim
Solta já do frio e da chuva
Que me faz adormecer
E eu entendo então que sorte é esta
Tu páras com isso dentro de mim
E adormeço sem estremecer
Com o teu dedo a fazer redondo na minha testa.
(Mais do que tudo no mundo,
Chovo quando me fazes chover
E quando me fazes amar-te assim.)
Porque nas aulas de Matemática temos de fazer alguma coisa... Inspiração não falta... Especialmente quando não me apercebo dos limites ^^
Todo teu.
Volto Logo...
Véu
Hoje cheguei à grande decisão.
Não se mexe nem se volta a repetir.
O fumo do cigarro da actriz rodopia no ar.
Eu, sentada do lado de lá da praça,
Quase sou capaz de o sentir.
É nesse sentimento que me ponho a pensar.
A ciência dá-me a volta à cabeça,
E por estranho que pareça,
Eu não a penso. Vou-a sentindo.
Uma espécie de metafísica,
(Como diria o poeta),
Vagueia-me no coração e não na cabeça,
Como se o poema já fosse,
Uma espécie de obra e de realização completa.
Levanto-me. Arrasto a cadeira.
Esvai-se a ciência e com ela, a certeza.
A minha substância ou matéria cai no real
E eu esforço-me,
Dando-me ao que vou sonhando (pouco de mim em mim),
Para pensar a ciência de uma forma menos sentimental.
Caio. E rio-me de mim própria.
Já me vai ficando gravada esta forma de ser feliz.
E ao longe, no chão, deixo de sentir a ciência e penso entre o fumo,
No sorriso penetrante da actriz.
Um poema que eu fiz um dia destes. Muito pouco acerca de ciência. Muito mais acerca de amor. Porque eu não sei dizer amor, por hoje, porque hoje estou inútil, dispensável, sonâmbula de tão lúcida.
E vou ficar por aqui.
Gosto De Ti.
Até Logo
Não se mexe nem se volta a repetir.
O fumo do cigarro da actriz rodopia no ar.
Eu, sentada do lado de lá da praça,
Quase sou capaz de o sentir.
É nesse sentimento que me ponho a pensar.
A ciência dá-me a volta à cabeça,
E por estranho que pareça,
Eu não a penso. Vou-a sentindo.
Uma espécie de metafísica,
(Como diria o poeta),
Vagueia-me no coração e não na cabeça,
Como se o poema já fosse,
Uma espécie de obra e de realização completa.
Levanto-me. Arrasto a cadeira.
Esvai-se a ciência e com ela, a certeza.
A minha substância ou matéria cai no real
E eu esforço-me,
Dando-me ao que vou sonhando (pouco de mim em mim),
Para pensar a ciência de uma forma menos sentimental.
Caio. E rio-me de mim própria.
Já me vai ficando gravada esta forma de ser feliz.
E ao longe, no chão, deixo de sentir a ciência e penso entre o fumo,
No sorriso penetrante da actriz.
Um poema que eu fiz um dia destes. Muito pouco acerca de ciência. Muito mais acerca de amor. Porque eu não sei dizer amor, por hoje, porque hoje estou inútil, dispensável, sonâmbula de tão lúcida.
E vou ficar por aqui.
Gosto De Ti.
Até Logo
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Cannonball
Aos meus amigos...
Porque eles são todos os melhores senão não eram meus amigos.
Para aquela amiga que está lá sempre @
Para aqueles que sabem como estou só por olhar para mim
Para os sensíveis, os insensíveis, os distraídos, os preocupados, os que têm mais que fazer, os que nunca sabem o que fazer, os que me acompanham, os que estão lá quando calha, aos que riem e choram comigo, aos que escondem o que sentem, aos que confiam, aos que desconfiam, aos que estão sempre calados, aos que falam falam falam até mais não, aos cheios, aos vazios, aos com problemas, aos felizes, aos perfeitos e aos imperfeitos, aos meus e aos teus porque Vocês fazem-me Feliz, Vocês preenchem-me!!
Amiga, tarde mais perfeita, cantorias mais perfeitas @
"Gosto de ti", da forma menos banal possível
"There's a man all alone
Telling me his friends are gone
That they've died and flown away
So I told him he was wrong
That you friends are never gone
If you look to the sky and pray"
Até Logo <3
Porque eles são todos os melhores senão não eram meus amigos.
Para aquela amiga que está lá sempre @
Para aqueles que sabem como estou só por olhar para mim
Para os sensíveis, os insensíveis, os distraídos, os preocupados, os que têm mais que fazer, os que nunca sabem o que fazer, os que me acompanham, os que estão lá quando calha, aos que riem e choram comigo, aos que escondem o que sentem, aos que confiam, aos que desconfiam, aos que estão sempre calados, aos que falam falam falam até mais não, aos cheios, aos vazios, aos com problemas, aos felizes, aos perfeitos e aos imperfeitos, aos meus e aos teus porque Vocês fazem-me Feliz, Vocês preenchem-me!!
Amiga, tarde mais perfeita, cantorias mais perfeitas @
"Gosto de ti", da forma menos banal possível
"There's a man all alone
Telling me his friends are gone
That they've died and flown away
So I told him he was wrong
That you friends are never gone
If you look to the sky and pray"
Até Logo <3
Hoje
O outro lado,
A metade do nosso mundo,
Encarrega-se de nós.
Permanece a insistência
E cai a responsabilidade
De, no final da existência
Manter uma amizade…
No entanto, quero que pares,
Que uses a minha mão
Que me peças um porquê
E que sejas parte de mim.
Que às vezes me digas que não
E que sonhes
Ou adores tudo o que há em ti!
Então se precisares, que me enterres
Mas não chores,
Mas não chores,
Aguenta e sorri!
Só para que isso doa menos
Quando o nosso mundo for melhor,
Mas bem longe daqui.
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
Império
O vento carrega-me os ombros
A vela reflecte a luz quase vazia.
Dois corpos caem ao chão,
Arranhando a sensação
Que ganho sempre ao te ter.
Desejas mais que o vazio,
O mar abraça o rio,
E perpetuas o espaço,
As duas mãos, um regaço,
E um tempo só aqui.
É nestas voltas que enches o peito,
É nesta casa que voltas a ti,
É neste corpo que eu me aproveito
Que rasgo e suspeito,
Suspendo o silêncio.
E tu regressas no fundo,
Já entregue ao mundo,
Livre do empenho,
Ou do mau desempenho
E eu descanso de tudo o que se diz.
Solto a pena à sombra no muro
Porque tudo o que tenho
É o império seguro
De quando me fazes feliz.
A vela reflecte a luz quase vazia.
Dois corpos caem ao chão,
Arranhando a sensação
Que ganho sempre ao te ter.
Desejas mais que o vazio,
O mar abraça o rio,
E perpetuas o espaço,
As duas mãos, um regaço,
E um tempo só aqui.
É nestas voltas que enches o peito,
É nesta casa que voltas a ti,
É neste corpo que eu me aproveito
Que rasgo e suspeito,
Suspendo o silêncio.
E tu regressas no fundo,
Já entregue ao mundo,
Livre do empenho,
Ou do mau desempenho
E eu descanso de tudo o que se diz.
Solto a pena à sombra no muro
Porque tudo o que tenho
É o império seguro
De quando me fazes feliz.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Havia naquele dia um encargo especial nas mãos. A confusão que se ia gerando agitava aquela sensação que todos tínhamos quando nos diziam “Vamos partir”.
Com um ritmo mecânico, quase acompassado, o peito abria e fechava, nem mais nem menos do que aquela distância. Perdurava em nós saudade, marcava-se o desassossego nos rostos que iam preenchendo aquela manhã.
Quando o comboio partiu (para bem longe, sabíamos nós), as nossas mãos encheram-se de todo o nada que ali havia para as preencher.
O medo da distância estampava-se no rosto daqueles que, na sua inocência, se limitavam a ter medo do medo que poderiam vir a sentir. Na minha cabeça, ia-se desenhando a frase: “Quando a espera não tem fim, há distâncias sem perdão”.
Mais tarde entendi que a partida para a saudade era, todos os dias, não muito mais do que aquela serenidade do real: o único leme da liberdade que eu poderia ter. Aprendi que as pessoas não dizem o que sentem, ou não sentem o que dizem. Isto tudo porque, na verdade, a distância que ia do inspirar ao expirar do meu peito foi-se alargando com o tempo e tornou-se solta, leve.
Com o passar dos dias, a saudade foi-se embora. Apagaram-se as lágrimas, soltaram-se os risos, apertaram-se os gestos entre os inocentes. Eu, sem movimento e em silêncio, tentava que o elástico do meu peito não se alargasse. Uma espécie de vontade sem forma. Afinal, isso era negar quem sentia a minha falta para lá daquele silêncio.
Querendo ser livre, ia-se desvanecendo aquela presença, o ser que tudo o que tinha era o Amor, e a sombra da Liberdade, que nunca chegava a ter.
Ainda hoje o meu elástico tem o mesmo tamanho. Ainda hoje eu vivo da presença dele e da segurança que ele me faz alcançar.
Depois daquela viagem aprendi que ia ser livre, quando fosse capaz de dizer todos os dias “Gosto de ti”, com a mesma certeza com que o diria hoje.
Com um ritmo mecânico, quase acompassado, o peito abria e fechava, nem mais nem menos do que aquela distância. Perdurava em nós saudade, marcava-se o desassossego nos rostos que iam preenchendo aquela manhã.
Quando o comboio partiu (para bem longe, sabíamos nós), as nossas mãos encheram-se de todo o nada que ali havia para as preencher.
O medo da distância estampava-se no rosto daqueles que, na sua inocência, se limitavam a ter medo do medo que poderiam vir a sentir. Na minha cabeça, ia-se desenhando a frase: “Quando a espera não tem fim, há distâncias sem perdão”.
Mais tarde entendi que a partida para a saudade era, todos os dias, não muito mais do que aquela serenidade do real: o único leme da liberdade que eu poderia ter. Aprendi que as pessoas não dizem o que sentem, ou não sentem o que dizem. Isto tudo porque, na verdade, a distância que ia do inspirar ao expirar do meu peito foi-se alargando com o tempo e tornou-se solta, leve.
Com o passar dos dias, a saudade foi-se embora. Apagaram-se as lágrimas, soltaram-se os risos, apertaram-se os gestos entre os inocentes. Eu, sem movimento e em silêncio, tentava que o elástico do meu peito não se alargasse. Uma espécie de vontade sem forma. Afinal, isso era negar quem sentia a minha falta para lá daquele silêncio.
Querendo ser livre, ia-se desvanecendo aquela presença, o ser que tudo o que tinha era o Amor, e a sombra da Liberdade, que nunca chegava a ter.
Ainda hoje o meu elástico tem o mesmo tamanho. Ainda hoje eu vivo da presença dele e da segurança que ele me faz alcançar.
Depois daquela viagem aprendi que ia ser livre, quando fosse capaz de dizer todos os dias “Gosto de ti”, com a mesma certeza com que o diria hoje.
Tu
Isto é a continuação dos textos que ficaram em peopletalkingwithoutspeaking.blogspot.com, blog que eu apaguei por ser demasiado pessoal, e por muitas vezes, eu me sentir invadida pelo que escrevia lá mesmo sem pensar.
Hoje,
É daqueles dias em que te sinto mais perto, simplesmente porque tu não te podes aproximar mais, é daquelas alturas em que me apetece explodir tudo o que sinto por ti, apetece-me acabar com as expectativas, desamarrar o inesperado, rasgar o que está preso entre os dentes.
Porque hoje eu sou maior, porque hoje tu fizeste mais parte, porque hoje apetece-me estender a passadeira vermelha e pôr lá tudo o que sinto por ti, tropeçar no tapete e cair desamparada só para olhar de frente e poder dizer 'desculpa', é como agarrar os setimentos e deixá-los à flor da pele, porque no final disto tudo, somos todos boas pessoas quando amamos alguém, somos todos mais um bocadinho quando nos preenchem, e tu fá-lo de uma forma tão extraordinária qu me obrigas a dizer que Amo a forma perfeita que tens de ser imperfeito.
Volto logo, com mais por ti.
Hoje,
É daqueles dias em que te sinto mais perto, simplesmente porque tu não te podes aproximar mais, é daquelas alturas em que me apetece explodir tudo o que sinto por ti, apetece-me acabar com as expectativas, desamarrar o inesperado, rasgar o que está preso entre os dentes.
Porque hoje eu sou maior, porque hoje tu fizeste mais parte, porque hoje apetece-me estender a passadeira vermelha e pôr lá tudo o que sinto por ti, tropeçar no tapete e cair desamparada só para olhar de frente e poder dizer 'desculpa', é como agarrar os setimentos e deixá-los à flor da pele, porque no final disto tudo, somos todos boas pessoas quando amamos alguém, somos todos mais um bocadinho quando nos preenchem, e tu fá-lo de uma forma tão extraordinária qu me obrigas a dizer que Amo a forma perfeita que tens de ser imperfeito.
Volto logo, com mais por ti.
Inspiração
Eras já a inspiração daquela serenidade
Que me levavas a ter quando, limpo,
Tinha um papel à frente para escrever.
Embora tentasse, na maioria das vezes,
Escrever sobre a felicidade,
Voltava sempre ao mesmo, ao medo de te perder.
Enquanto isso, e todos os dias,
A tua capacidade de sonhar,
Era sempre muito maior do que o meu chão,
E então, embora eu acreditasse desmedidamente,
Caía sempre no mesmo, nesta ausência de admiração
Que, quase perdida de tão contente,
Me faz voltar à realidade, serena, sem sensação.
Nisto o mundo dá uma volta
E nós mudamos de lugar.
Como se sempre que os meus pés estão assentes na terra
Meçam a tua capacidade de sonhar
Mas eu não aguento e deixo-me ir depois.
E aí caímos os dois,
Sem fronteiras nem rede para nos apanhar,
Porque somos muito pouco mais do que isso,
Quando nos ajoelhamos à razão
E aguentamos para poder lutar.
Que me levavas a ter quando, limpo,
Tinha um papel à frente para escrever.
Embora tentasse, na maioria das vezes,
Escrever sobre a felicidade,
Voltava sempre ao mesmo, ao medo de te perder.
Enquanto isso, e todos os dias,
A tua capacidade de sonhar,
Era sempre muito maior do que o meu chão,
E então, embora eu acreditasse desmedidamente,
Caía sempre no mesmo, nesta ausência de admiração
Que, quase perdida de tão contente,
Me faz voltar à realidade, serena, sem sensação.
Nisto o mundo dá uma volta
E nós mudamos de lugar.
Como se sempre que os meus pés estão assentes na terra
Meçam a tua capacidade de sonhar
Mas eu não aguento e deixo-me ir depois.
E aí caímos os dois,
Sem fronteiras nem rede para nos apanhar,
Porque somos muito pouco mais do que isso,
Quando nos ajoelhamos à razão
E aguentamos para poder lutar.
E se eu te disser que hoje acordei triste, que foi difícil sair da cama, mesmo sabendo que, lá fora, o sol raiava um convite para um dia feliz, mesmo sabendo que havia tanto para fazer e tanto em que acreditar, e que mesmo o que fiz para evitar piores consequências foi a pensar no que sentia – E se eu te disser? Que me vais dizer se eu te disser que hoje não é um dia como os outros e que não tenho energia nem para sentir culpa pela minha letargia, que hoje me levantei devagar e sem vontade de nada, como vais reagir?
Vais dizer “anima-te” ou toma um anti-depressivo, ou vais-me dizer que há gente por aí a viver coisas muitos piores do que eu e vais-me dizer para um vestir algo leve, ouvir uma música animada até voltar a ser quem sempre fui, velha de guerra.
Vais fazer isto porque gostas de mim, ou porque simplesmente porque não toleras a tristeza: nem a minha, nem a tua, nem a de ninguém. A tristeza é considerada a variante anormal do humor, uma doença contagiosa, que é melhor eliminar ao primeiro sintoma.
A verdade é que eu hoje não acordei triste, nem mesmo com uma suave melancolia, está tudo normal. Mas quando estou triste, também está tudo normal. Porque a tristeza é um sentimento tão legítimo como a alegria, estar triste é estar atento a si próprio, desapontado com alguém, com muitos, ou consigo, cansado de repetições, descobrir-se frágil num dia qualquer sem nenhum tipo de razão – as razões têm essa mania de serem discretas.
É mais fácil saír para a rua, forçar um sorriso, dizer que está tudo bem, desamarrar a cara. É só porque a sociedade abraça a nossa euforia e desconfia de quem está sempre calado. Há dias em que não estamos para o hip-hop nem para o rock e não é por isso que devemos brindar sobre o que não faz sentido. Deixem-nos assim, porque “assim” é um armazém de força e de sabedoria e daqui a pouco a gente volta, a gente volta sempre, com um sorriso verdadeiro – anunciar de uma dor que acabou até ao próximo dia cinzento, normais que somos.
Isto tudo para te dizer que não há barreiras em ti que eu queira quebrar, não há nada que eu queira mais do que ver-te sorrir, por sorrir, porque hoje é um dia normal. Não necessito que não estejas bem para te dar um abraço, vou-to dar quando me apetecer. Não precisas de já ter contado comigo para saber que o podes fazer: tu sabes disso. E também sabes que o que existe entre duas pessoas é delas, e a sociedade que se dane, porque eles não sabem nada, não veêm nada, não sentem nada daquilo que eu sei em ti, mesmo que nunca me tenhas dito nada, simplesmente porque um dia ergui barreiras bem mais altas do que as tuas.
E sim, isto é metade teu; metade meu, porque metade das coisas eu sabia, a outra metade aprendi contigo, e o que resta das duas metades vou aprender quando destruir as minhas barreiras e vir que as tuas são bem mais pequenas do que aquilo que a minha vista alcança.
Vais dizer “anima-te” ou toma um anti-depressivo, ou vais-me dizer que há gente por aí a viver coisas muitos piores do que eu e vais-me dizer para um vestir algo leve, ouvir uma música animada até voltar a ser quem sempre fui, velha de guerra.
Vais fazer isto porque gostas de mim, ou porque simplesmente porque não toleras a tristeza: nem a minha, nem a tua, nem a de ninguém. A tristeza é considerada a variante anormal do humor, uma doença contagiosa, que é melhor eliminar ao primeiro sintoma.
A verdade é que eu hoje não acordei triste, nem mesmo com uma suave melancolia, está tudo normal. Mas quando estou triste, também está tudo normal. Porque a tristeza é um sentimento tão legítimo como a alegria, estar triste é estar atento a si próprio, desapontado com alguém, com muitos, ou consigo, cansado de repetições, descobrir-se frágil num dia qualquer sem nenhum tipo de razão – as razões têm essa mania de serem discretas.
É mais fácil saír para a rua, forçar um sorriso, dizer que está tudo bem, desamarrar a cara. É só porque a sociedade abraça a nossa euforia e desconfia de quem está sempre calado. Há dias em que não estamos para o hip-hop nem para o rock e não é por isso que devemos brindar sobre o que não faz sentido. Deixem-nos assim, porque “assim” é um armazém de força e de sabedoria e daqui a pouco a gente volta, a gente volta sempre, com um sorriso verdadeiro – anunciar de uma dor que acabou até ao próximo dia cinzento, normais que somos.
Isto tudo para te dizer que não há barreiras em ti que eu queira quebrar, não há nada que eu queira mais do que ver-te sorrir, por sorrir, porque hoje é um dia normal. Não necessito que não estejas bem para te dar um abraço, vou-to dar quando me apetecer. Não precisas de já ter contado comigo para saber que o podes fazer: tu sabes disso. E também sabes que o que existe entre duas pessoas é delas, e a sociedade que se dane, porque eles não sabem nada, não veêm nada, não sentem nada daquilo que eu sei em ti, mesmo que nunca me tenhas dito nada, simplesmente porque um dia ergui barreiras bem mais altas do que as tuas.
E sim, isto é metade teu; metade meu, porque metade das coisas eu sabia, a outra metade aprendi contigo, e o que resta das duas metades vou aprender quando destruir as minhas barreiras e vir que as tuas são bem mais pequenas do que aquilo que a minha vista alcança.
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
Hoje foi daqueles dias em que me apeteceu escrever. E pronto. Criar? Não. Está para além das minhas capacidades. Enquanto isso... Resisto e insisto. Este (Distância) foi um dos meus primeiros poemas. Digo sempre, e repito aqui, que cresço sempre que escrevo mais um.
Porque o mundo gira sob os meus pés e eu já não sei respirar. És sempre mais de mim do que eu.
Porque o mundo gira sob os meus pés e eu já não sei respirar. És sempre mais de mim do que eu.
Distância.
Havia aqueles dias em que eu respirava, leve
Outros em que me preenchias, levemente.
Andei.
Fechei os olhos e respirei, num sopro breve
E senti o futuro, senti o teu toque, lentamente.
Soltei.
E nada no mundo me fez recuar de verdade
Nada no mundo me pôde parar, porque na realidade
Ou noutro lugar qualquer,
A guerra
É um lugar estranho.
Mas por muito estranho que possa parecer,
É o silêncio dela que faz de mim quem sou
É a consequência, o risco de perder,
É o ressoar das armas que me agarra à vida
No fundo, este é o único lugar do mundo
Onde alguma vez senti pertencer.
Às vezes, na brincadeira com o tempo,
Andava às voltas a tentar fugir
Que é tudo o que ainda faço hoje.
Havia sempre algo mais para sentir
Mas o chão,
Já não tinha espaço para tudo o que foge.
Se alguma vez ganhei a guerra?
Ainda não.
Percorro sempre a dor que a razão encerra.
Envolvo horizontes para lá do meu céu,
Mas a minha grande barreira foi sempre
Teres sido mais de mim do que eu.
Outros em que me preenchias, levemente.
Andei.
Fechei os olhos e respirei, num sopro breve
E senti o futuro, senti o teu toque, lentamente.
Soltei.
E nada no mundo me fez recuar de verdade
Nada no mundo me pôde parar, porque na realidade
Ou noutro lugar qualquer,
A guerra
É um lugar estranho.
Mas por muito estranho que possa parecer,
É o silêncio dela que faz de mim quem sou
É a consequência, o risco de perder,
É o ressoar das armas que me agarra à vida
No fundo, este é o único lugar do mundo
Onde alguma vez senti pertencer.
Às vezes, na brincadeira com o tempo,
Andava às voltas a tentar fugir
Que é tudo o que ainda faço hoje.
Havia sempre algo mais para sentir
Mas o chão,
Já não tinha espaço para tudo o que foge.
Se alguma vez ganhei a guerra?
Ainda não.
Percorro sempre a dor que a razão encerra.
Envolvo horizontes para lá do meu céu,
Mas a minha grande barreira foi sempre
Teres sido mais de mim do que eu.
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