Sabes uma coisa?
Não sei muito bem o que ando a fazer por aqui.
Passo a vida a olhar. Não olho para o céu, nem para o chão. Passo a vida a olhar para o meio, o meio do nada, onde tu não possas saber nem nunca saibas ler os meus olhos.
Não sou capaz de te dizer porquê, mas sou mais do que isto. E embora eu te diga muitas vezes que sou verdadeira, talvez nessas alturas não seja tão verdadeira quanto o sou normalmente.
Descobri que não é uma questão de verdade. Porque nada do que eu sou me é um hábito, sou o que penso, sou o que se reflecte nos meus olhos quando olho para ti, e sou o reflexo das cores que pintam os teus, quando os meus pousam por lá.
Não quero ter problemas com a verdade. E não quero, acima de tudo, encará-la. Porque afinal, amar é encarar uma verdade. O que sinto por ti é uma verdade que encarei. Faço mais por isso do que o que consigo, a maior parte das vezes.
Outras vezes, dou-te a mão, fecho os olhos, e deixo-me levar.
Porque amanhã é sempre tarde demais.
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