Hoje cheguei à grande decisão.
Não se mexe nem se volta a repetir.
O fumo do cigarro da actriz rodopia no ar.
Eu, sentada do lado de lá da praça,
Quase sou capaz de o sentir.
É nesse sentimento que me ponho a pensar.
A ciência dá-me a volta à cabeça,
E por estranho que pareça,
Eu não a penso. Vou-a sentindo.
Uma espécie de metafísica,
(Como diria o poeta),
Vagueia-me no coração e não na cabeça,
Como se o poema já fosse,
Uma espécie de obra e de realização completa.
Levanto-me. Arrasto a cadeira.
Esvai-se a ciência e com ela, a certeza.
A minha substância ou matéria cai no real
E eu esforço-me,
Dando-me ao que vou sonhando (pouco de mim em mim),
Para pensar a ciência de uma forma menos sentimental.
Caio. E rio-me de mim própria.
Já me vai ficando gravada esta forma de ser feliz.
E ao longe, no chão, deixo de sentir a ciência e penso entre o fumo,
No sorriso penetrante da actriz.
Um poema que eu fiz um dia destes. Muito pouco acerca de ciência. Muito mais acerca de amor. Porque eu não sei dizer amor, por hoje, porque hoje estou inútil, dispensável, sonâmbula de tão lúcida.
E vou ficar por aqui.
Gosto De Ti.
Até Logo
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