domingo, 26 de dezembro de 2010

Ninguém

E ninguém viu que eu estava ali,
E ninguém viu o que nós desenhámos no chão
Tão nosso, tão meu,
Durante tanto tempo,
E ninguém viu que éramos vento por aí
Seara de mão aberta no momento
E ninguém viu que o mundo inteiro era eu.
Ninguém acreditou na deusa de um nada no céu
Ninguém sentiu o silêncio que cala,
A dor de um alguém que não vale
Nem a canção que o embala
Nem o sorriso que o farta,
Nem o aço da bala
Que o mata.
Abre os olhos fechados no campo,
Menino.
Abre-os que estão cheios de encanto
Rapaz,
Sonha que sabes que és pequenino,
Luta porque és capaz.
E ninguém sabe morada,
Ninguém te viu levantar,
Ergue-te do pó que te é vida, Menino.
Luta por teres quem amar.
Por debaixo da camisola
Teres tantos porquês...
E vamos jogar à bola  porque tudo mudou,
E porque alguém reparou que o Mundo Inteiro, Parou.
Outra vez.

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