sábado, 27 de fevereiro de 2010

Sabes uma coisa?
Não sei muito bem o que ando a fazer por aqui.
Passo a vida a olhar. Não olho para o céu, nem para o chão. Passo a vida a olhar para o meio, o meio do nada, onde tu não possas saber nem nunca saibas ler os meus olhos.
Não sou capaz de te dizer porquê, mas sou mais do que isto. E embora eu te diga muitas vezes que sou verdadeira, talvez nessas alturas não seja tão verdadeira quanto o sou normalmente.
Descobri que não é uma questão de verdade. Porque nada do que eu sou me é um hábito, sou o que penso, sou o que se reflecte nos meus olhos quando olho para ti, e sou o reflexo das cores que pintam os teus, quando os meus pousam por lá.
Não quero ter problemas com a verdade. E não quero, acima de tudo, encará-la. Porque afinal, amar é encarar uma verdade. O que sinto por ti é uma verdade que encarei. Faço mais por isso do que o que consigo, a maior parte das vezes.
Outras vezes, dou-te a mão, fecho os olhos, e deixo-me levar.


Porque amanhã é sempre tarde demais.


terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Guerra.

Havia aqueles dias em que eu respirava, leve
Outros em que me preenchias, levemente.
Andei.
Fechei os olhos e respirei, num sopro breve
E senti o futuro, senti o teu toque, lentamente.
Soltei.
E nada no mundo me fez recuar de verdade
Nada no mundo me pôde parar, porque na realidade
Ou noutro lugar qualquer,
A guerra
É um lugar estranho.
Mas por muito estranho que possa parecer,
É o silêncio dela que faz de mim quem sou
É a consequência, o risco de perder,
É o ressoar das armas que me agarra à vida
No fundo, este é o único lugar do mundo
Onde alguma vez senti pertencer.
Às vezes, na brincadeira com o tempo,
Andava às voltas a tentar fugir
Que é tudo o que ainda faço hoje.
Havia sempre algo mais para sentir
Mas o chão,
Já não tinha espaço para tudo o que foge.
Se alguma vez ganhei a guerra?
Ainda não.
Percorro sempre a dor que a razão encerra.
Envolvo horizontes para lá do meu céu,
Mas a minha grande barreira foi sempre
Teres sido mais de mim do que eu.

E bom, há quem perceba este. Volto Logo.

Together We're Invincible

Porque isto é precisamente aquilo que me fazes sentir. Nem mais nem menos. Sem tirar nada.
Obrigada, e obrigada sem pormenores e sem consequências. Sem voltar atrás. Amo-te.




"During the struggle,
they will pull us down,
 but please, please, let's use this chance to turn things around...
 And tonight we can truly say, Together we're invinvible."

Porque é assim que me sinto contigo.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Porque em dias destes eu percebo o que me prende a ti.
E já agora um grande pedido de desculpas.
Quero que saibas, que te amo.
E aqui fica.
Obrigada.




You're not fooling me

I'm not the sort of girl that can't see reason
But it's nothing that a little bit of time won't heal
I know it dont come easy but I love you, I do

I don't think you ever learned a thing from me
But I'm sure that you want me to learn from you

And you've drawn heavy - handed lines around morality
About yourself and I dont share your point of view

It's about time to let you go and I thought it's time to let you know

And it has to be the one that you'd regret
I have to say that I'm proud to know you And I'll never be the same because we met
You might not miss this but I will. I Will.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

When I was 5 years old, my mom always told me that happiness was the key to life.



When I went to school, they asked me what I wanted to be when I grew up.


I wrote down "Happy".


They told me I didn’t understand the assignment and I told them they didn’t understand life.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Já o disse em Hiroshima Mon Amour: o que conta não é a manifestação do desejo, da tentativa amorosa. O que conta é o inferno da história única. Nada a substitui, nem uma segunda história. Nem a mentira. Nada. Quanto mais a provocamos, mais ela foge. Amar é amar alguém. Não há um múltiplo da vida que possa ser vivido. Todas as primeiras histórias de amor se quebram e depois é essa história que transportamos para as outras histórias. Quando se viveu um amor com alguém, fica-se marcado para sempre e depois transporta-se essa história de pessoa a pessoa. Nunca nos separamos dele.

Não podemos evitar a unicidade, a fidelidade, como se fôssemos, só nós, o nosso próprio cosmo. Amar toda a gente, como proclamam algumas pessoas e os cristãos, é embuste. Essas coisas não passam de mentiras. Só se ama uma pessoa de cada vez. Nunca duas ao mesmo tempo.

 
Marguerite Duras


Isto é mesmo o que eu penso acerca do amor.
Amar é Amar Alguém.

Hoje és em mim uma unicidade, uma fidelidade, um cosmo. Não amo toda a gente, amo-te a ti.
E sim, isto é uma declaração. @ Porque tu mereces.
E porque, depois de tanto tempo a falar sobre coisas que me magoaram no passado, preciso de as deixar para trás. E nada melhor do que uma coisa tão perfeita como o que tenho contigo para o fazer. Nada melhor do que um texto destes, para clarificar e abrir horizontes, e para eu arrastar, serenamente, esta ideia que perpetua em mim - adoro-te.

Não sou livre.


Não é suposto o amor fazer-nos felizes. É suposto nós sermos felizes com o amor. O teu, não me faz feliz por existir. Faz-me feliz a forma como o usas para me fazeres sorrir. Faz-me feliz pela forma como faz com que tu digas "gosto de ti".

Faz-me feliz porque eu espero constantemente por aqueles momentos que dedicas a atirar-me para a realidade de uma forma tão serena que eu juro não ser real.


Amo a forma perfeita de seres imperfeito. Por essa razão falo tantas vezes em perfeição.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Hoje desisto de mim.
Não consigo mais.
Enches-me tanto que acho que fazes com que eu não caiba em mim de felicidade, especialmente porque fico com um sorriso aparvalhado, que nem sei muito bem de onde me vem.
És tanto, tão mais do que isto tudo.
E se eu sou capaz de dizer isto genuinamente, surpreendo-me a mim própria, porque um dia me prometi que nunca mais o diria em vão.
Mas hoje não o digo em vão.
É justo. E verdadeiro. Adoro-te.      Eu tenho a melhor pessoa do Mundo. <3

Quanto a ti... "Aquele era o tempo, em que as sombras se abriam, e em que homens negavam o que os outros erguiam... De costas voltadas não se vê o futuro, nem o rumo da bala, nem a falha do muro... E de que serve ter a chave se a porta está aberta, de que servem as palavras se a casa está deserta?" Sem mais discussões.


Porque a rapariga, há uns anos atrás, até dizia umas coisas com razão ;)


"Perteneciste a una raza antigua
De pies descalzos y de sueños blancos
Fuiste polvo, polvo eres, piensa
Que el hierro siempre al calor es blando

Saludar al vecino
Acostarse a una hora
Trabajar cada día
Para vivir en la vida
Contestar sólo aquello
Y sentir sólo esto
Y que Dios nos ampare
De malos pensamientos
Cumplir con las tareas
Asistir al colegio
Que diría la familia
Si eres un fracasado? 
Ponte siempre zapatos
No hagas ruido en la mesa
Usa medias veladas 
Y corbata en las fiestas
Las mujeres se casan
Siempre antes de treinta
Si no vestirán santos
Y aunque así no lo quieran
Y en la fiesta de quince
Es mejor no olvidar
Una fina champaña
Y bailar bien el valsa"

 
"Agora pergunto-lhe: o que podemos esperar do homem enquanto criatura dotada de tão estranhas qualidades? Faça chover sobre ele todos os tipos de bênçãos terrenas; submerja-o em felicidade até acima da cabeça, de modo que só pequenas bolhas apareçam na superfície dessa felicidade, como se em água; dê a ele uma prosperidade económica tamanha que nada mais lhe reste para ser feito, excepto dormir, comer pão-de-ló e preocupar-se com a continuação da história mundial — mesmo assim, por pura ingratidão, por exclusiva perversidade, ele vai cometer algum acto repulsivo. Ele até mesmo arriscará perder o seu pão-de-ló e desejará intencionalmente o mais depravado lodo, o mais antieconómico absurdo, simplesmente a fim de injectar o seu fantástico e pernicioso elemento no âmago de toda essa racionalidade positiva."

Fiodor Dostoievski, que para variar me apetece sempre, porque diz sempre o que eu preciso de ouvir. Este texto é das "Notas do Subterrâneo".

 Chicago, tirada em Março de 2009

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Ser

Sou assim de nascença. Fadista pela alma, escritora por paixão. Não fadista nem escritora. Vivo o fado e a escrita. Viva, por isso, incansável. Às vezes nem tanto. Constantemente inconstante. Não gosto de miséria, para quê meias verdades se elas podem ser inteiras? Não recuso um banho de chuva, e asseguro as consequências no dia seguinte, como em tudo o que faço. As minhas unhas crescem sempre, via de inconsciência, e a minha ansiedade nem sempre pode ser controlada. Sou mais flor do que espinho. Gosto do girassol, mas nas voltas da vida acabo por preferir as rosas. Lírios? Às vezes soam-me tristes demais. O meu coração é para poucos, mas de muitos. O meu orgulho regenera-se, o que não me impede de ter cicatrizes. Tudo em mim dói mais. Mas as minhas alegrias também são muito maiores, ainda que efémeras. Tudo passa. Eu fico. Sou fútil. Sensível. Irremediável. Além das coisas todas, Sou parte de ti.

E é a resposta à pergunta das flores.
Bem depois de me deixar cair na consciência livre do peso de quem Sou. 

Gosto de Ti.
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